Artigos 100% compatíveis com os retro computadores TK 90X e TK 95 da Microdigital e com a linha ZX Spectrum da Sinclair.

www.retroprogramacao.blogspot.com

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19/09/2019

Os tesouros do ZX Spectrum...


Assim como a imagem que ilustra este breve artigo, ser entusiasta da retro-computação da linha ZX Spectrum, é como entrar num grande labirinto repleto de surpresas e tesouros escondidos.
A diferença de um micro que foi campeão de vendas, também conhecido como o modelo para o qual mais se produziu softwares e interfaces, é notória e indiscutível. Hoje isso vai ficando cada dia mais claro para estes entusiastas.

Passados quase 38 anos de seu lançamento, ainda somos surpreendidos com preciosas descobertas de "novos" softwares, literaturas e interfaces que jamais imaginávamos que existissem. Soma-se também a estes, os que ainda estão sendo produzidos, ano após ano. Verdadeiros tesouros, muitas vezes escondidos em web sites "distantes", de idiomas obscuros e totalmente fora da nossa realidade, tais como os russos, ucranianos, gregos, etc. Lugares que parecem ser uma fonte inesgotável de surpresas!

Certamente este é um dos motivos que faz esta linha ser tão especial e encantar tantos admiradores.

13/09/2019

Como fazer etiquetas "profissionais" para micros e interfaces.

Quem já teve oportunidade de adquirir algum micro ou interface da linha ZX Spectrum de mim, certamente já viu alguma etiqueta personalizada decorando o hardware.
Pois é, eu curto muito dar uma renovada no equipamento, principalmente quando faço minhas caixinhas personalizadas para proteger as interfaces (que geralmente são vendidas com o circuito exposto).

Estas etiquetas são adesivas e possuem um revestimento plástico bem resistente, dando um toque "profissional" e de qualidade ao resultado final.
Hoje vou explicar como faço isso.

Em primeiro lugar, eu preparo uma folha A4 no Microsoft Publisher com todas as logos e desenhos que me interessam transformar em etiquetas, distribuindo e ocupando todos os espaços livres da folha.

Depois utilizo uma folha de etiquetas A4 da Pimaco (que são de melhor qualidade e possuem melhor aderência). O modelo que utilizo é o A4267 (uma etiqueta única por folha, que ocupa todo o espaço).
          
A impressão é feita numa HP jato de tinta (com sistema bulk de tinta - bem mais em conta). A impressão no modo normal já me garante uma ótima qualidade.
          
Na sequência, eu utilizo uma plastificadora portátil  A4 da Menno e folhas de plastificação Pouch Film A4 com 125 micras (0,05) de espessura.
         
Mas atenção: Estas folhas de plastificação são duplas, pois envolvem todo o objeto a ser plastificado. Entretanto, eu só preciso plastificar um lado da folha, pois o verso tem que estar livre para que eu possa remover o papel de proteção da etiqueta Pimaco na hora de colar.
Neste caso eu tenho que retirar um dos lados (uma folha de plastificação acabará servindo para duas folhas de etiquetas) e remover as bordas que sobram. Ela tem que ter exatamente o mesmo tamanho da etiqueta Pimaco. Se ficar alguma rebarba para fora, ela vai agarrar dentro da plastificadora e você perderá todo o teu trabalho, correndo o risco de danificá-la.

          
Com a plastificadora na temperatura ideal (existe um indicador para cada espessura de plástico), é só inserir com cuidado a folha de etiqueta com o plástico por cima (com a parte fosca da cola virado para a impressão). Ao sair do outro lado, observa-se um brilho intenso nas cores da tinta.
Para garantir uma boa aderência, eu geralmente passo novamente a etiqueta uma segunda vez na plastificadora e deixo esfriar com um peso (tipo um livro) em cima.

          
Pronto! Agora é só cortar com uma tesoura afiada ou um cortador de mesa, como visto abaixo.
Remova a proteção do adesivo e cole onde bem desejar.
Certifique-se de que a superfície esteja bem limpa e sem poeira.
Uma vez colada, você poderá remover a etiqueta, mas ela ficará inutilizável.

         
Enjoy!  :)

ADENDO:
Pensando na possibilidade de nem todos tem acesso a uma plastificadora doméstica, seguem algumas sugestões.

Plastificar em papelarias - A plastificação pode ser feita numa papelaria mesmo, desde que observada as condições acima (plastificar somente de um lado). A diferença deste método é a formação de uma película semi-rígida que fica na etiqueta, deixando-a quase como uma plaquinha.
A maioria das papelarias utiliza uma plastificadora de 2 rolos de filme plástico, sendo que somente um deles seria utilizado.

Uso de verniz spray - Infelizmente não dá certo. O papel absorve e muda de cor. Vernizes spray só funcionam em alguns papéis especiais e com alta gramatura (que não é o caso do papel etiqueta).

Plastificação manual - Uma solução mais barata é a aplicação de Contact transparente, porém utilizando uma espátula com muito cuidado para não formar bolhas de ar. Com o Contact fica mais difícil de cortar devido ao tipo de plástico (tem que ser com uma tesoura extremamente bem afiada) e o aspecto fica mais "amador".

11/09/2019

O TK 95 que escuta tudo!















Você já imaginou o teu TK 90X ou TK 95 escutando todo tipo de gravação, em qualquer gravador ou MP3 player, independente de intensidade do volume? Parece um sonho né? Mas não é mais.

Em meados dos anos 80, quando nossos micrinhos foram lançados, ler as fitas K7 de programas era um verdadeiro "tormento", principalmente quando não tínhamos um gravador adequado e uma fita bem gravada. Pois é, o tempo passou e aí vieram os práticos e baratos leitores e gravadores de MP3. A nossa esperança era de que, finalmente, poderíamos ler nossos programas sem depender de qualidade de fita e gravador. Grande engano... Os micros continuaram a ter a mesma dificuldade de leitura. A explicação é que isso não ocorre por causa dos players, mas porque o próprio sistema de filtros internos da porta EAR dos TKs não permite a leitura no volume fornecido por eles.

Mas, como pra tudo existe uma solução, nosso amigo Victor Trucco criou uma pequena interface interna (batizada de TK-EAR) para acabar de vez com esta limitação. Acho que, depois da criação das saídas de vídeo composto, esta foi a invenção para os TKs mais prática de todas. Meu entusiasmo com esta interface se justifica, pois consegui ler todo tipo de gravação fazendo esta interessante modificação em quase todos os meus TKs (infelizmente o mod não se aplica no ZX Spectrum original, mas acredito que, se bem estudado, pode ser adaptado).

Na imagem abaixo, é possível ver a plaquinha que instalei num pequeno espaço livre entre o dissipador e a porta do joystick.

  

Sem mais delongas, segue o link da página do Trucco com as devidas instruções:

https://www.victortrucco.com/TK/TKEar/TKEar

Recomendo a última opção. No meu caso, não fiz integrado com a interface de vídeo AV, mas separado, pois já tinha o mod de vídeo instalado nos micros. Não tendo, fica tudo muito mais prático se fizer a interface 2 em 1 sugerida pelo Trucco (vídeo AV+TKEar numa única plaquinha).
Divirta-se!

02/09/2019

A história do TK 95 nº 00057.


Este é mais um daqueles momentos em que a retro-computação nos surpreende...
Entre tantas "idas e vindas" de diversos equipamentos que já passaram por minhas mãos, estava numa fase de total desapego, cumprindo uma missão emergencial do meu trabalho que exigia de mim dedicação total. Naquele momento, não havia tempo e nem recursos para readquirir qualquer equipamento, apesar de ainda existir em mim uma demanda reprimida de um projeto ligado aos micros da linha Sinclair.
Para minha surpresa, surgiu a oportunidade de readquirir o modelo que foi o primeiro computador da minha vida, um TK95 da Microdigital. Porém esta máquina tinha uma peculiaridade, pois tratava-se da unidade com número de série 00057, ou seja, do primeiro lote de fabricação da Microdigital no Brasil. Digo no Brasil, porque assim como o seu irmão mais velho TK90X, o TK95 foi primeiramente lançado na Argentina, onde a Microdigital testava a aceitação de seus novos produtos.


O micro veio num estado impecável, sem nunca ter sido aberto ou sequer ter recebido a conexão de um periférico (quando conectamos pela primeira vez uma interface, inevitavelmente fica uma marca no barramento). 
Senti como se estivesse voltado no tempo, contemplando esta raridade de 30 anos que, naquele momento, me presenteava com uma belíssima imagem de apresentação (coisa rara para o antigo padrão de sinal de vídeo em RF). Antropomorfismos à parte, senti como se ele alegremente me dissesse: "Voltei para casa".

É... Não tem como ficar longe destes micrinhos. Como bom entusiasta, sei o quando eles nos fazem bem.   :)

01/09/2019

O que leva um programador de nossos dias a desejar programar em micros considerados obsoletos?



Resolvi escrever este texto motivado pelo questionamento de um programador sobre o "sentido" de, nos nossos dias e com toda a atual tecnologia disponível, alguém querer programar em micros considerados obsoletos.

Pra começar, este é um blog de retro-programação e, obviamente, sempre justificará qualquer tipo de motivação neste sentido. Aqui, no bom e claro sentido, somos totalmente parciais (risos).
A própria existência do blog, para muitos, não faria o menor sentido.

Agora, voltando ao assunto, dificilmente a retro-programação despertará interesse nas novas gerações. Acredito até que ela tenha um prazo de validade determinado, limitando-se às lembranças daqueles que viveram a "época de ouro" da computação, onde tudo era novidade, num ambiente extremamente desafiador. Afinal, nada era fácil naquela época.
Salvo por aqueles que manterão o espírito de colecionadores herdados de seus pais e por iniciativas louváveis de doações para museus da informática, como tenho visto ocorrer nestes dias, o interesse por este assunto se dissipará como a brisa quando nossa geração deixar este mundo.
Vivemos numa sociedade extremamente consumista, sendo que a tecnologia é a que mais contribui para isso, deixando obsoleto em poucos meses aquilo que foi um caro e impressionante lançamento.
O que significa então, computadores extremamente limitados, de mais de 30 anos, nos dias atuais? Lixo, diriam alguns. Então o que significa colecionar e gastar tempo (principalmente programando) com estes "lixos"? Loucura, diriam outros. Afinal, "tempo é dinheiro" e, sob este olhar, eu já estaria perdendo meu precioso tempo e recursos escrevendo este artigo sobre um assunto que tende a morrer com o próprio tempo.
É... Pode parecer que já estou "detonando" com o tema do artigo nesta introdução, mas julguei necessário contextualizar primeiro a nossa realidade.

Tentarei agora esclarecer todos os questionamentos que expus acima, baseado na minha experiência pessoal e de meus colegas entusiastas, com quem tenho o prazer de trocar muitas informações.
Mas antes, é preciso distinguir dois perfis de pessoas que viveram esta fase dos micros do anos 80: Os usuários comuns, que curtiam os jogos e programavam por pura diversão, e os que tiveram sua inicialização na informática nestes micrinhos, seguindo posteriormente carreira de programador (sendo naturalmente seduzido pelas novas tecnologias com o passar dos anos). Estes últimos, na sua maioria, são os que menos se interessam pela retro-computação e são seduzidos pelo poder da novas tecnologias. As exceções, nos presenteiam com poderosas ferramentas de retro-desenvolvimento (a quem somos eternamente gratos).
Dentro destes cenários, alguns tem nestes computadores suas melhores lembranças de infância e juventude. Como que levados pela doce recordação de um cheiro, o contato com o antigos micrinhos traz uma sensação de extremo prazer. Neste caso, o ato de programar só completa a sensação.
A partir deste momento, temos uma peculiaridade interessante no ato de programar jogos ou qualquer outra coisa em máquinas como o ZX Spectrum: A facilidade com que isso pode ser feito nos nossos dias.
Ao contrário da nossa época, onde as ferramentas eram bem limitadas, onde as informações eram lentamente trocadas através de livros e revistas, e quase tudo era feito na "munheca", hoje é tudo muito simples, acessível e fácil. Temos ferramentas incríveis e podemos fazer coisas inimagináveis no passado (com o auxílio dos PC´s e da internet, é claro).
Talvez o sentido, motivação e prazer para muitos seja poder fazer hoje o que não se podia fazer na época, dado às limitações de equipamento e até do contexto de vida de cada um.
A exemplo do Basic Sinclair, que já era simples, hoje temos ferramentas que simplificam todo o processo de digitação (*) e análise dos programas, retornando em tempo real o resultado de cada linha de código. E olha que eu nem citei as ferramentas de criação e conversão de imagens, sons e games que são um show a parte! Sem complicação, sem necessidade de se reaprender uma nova linguagem (poucos tem tempo para isso) e, principalmente, sem ficar refém da obsolescência programada.

Mas tudo isso seria muito pouco diante do prazer de se ver num micrinho original, com todas as suas limitações de hardware, os programas rodando. Esta alegria não tem preço.

Quanto a "perda de tempo e dinheiro", podemos concluir que muitos com o nosso perfil, acima da meia idade (estou sendo generoso - risos), já podem se dar ao direito de administrar melhor o seu tempo e seus gastos, sem a pressão da família e do mercado de trabalho. E, se programar nestes micrinhos nos fazem felizes, como diria meu bom amigo doutor, é algo extremamente saudável e recomendado.   :)


(*) Vale destacar aqui iniciativas muito interessantes de projetos que, ainda em nossos dias, utilizam o bom e velho Basic Sinclair para despertar em jovens o gosto pela programação, utilizando-se de uma sofisticada plataforma de desenvolvimento. Pra quem não sabe, o famoso Basinc surgiu de iniciativas como estas.